(Edvaldo Santana)
Propaganda subliminar, Hitler, coca-cola.
Você diz que é publicitário, que transforma canalha em herói, sua alma é um extrato bancário, não importa se cria ou destrói, que o artista tem sexo de anjo, que por isso está perto de Deus, copia o poema do louco, ainda fala para mídia que é seu. Você é amigo do vizinho quando ele serve pra você, pra pegar correspondência, pra avisar quando vai chover, mas entram se entram no vizinho, você finge que não vê, apaga a luz, fica quietinho e não é nada com você.
Covarde... Você não passa de um covarde.
Você diz que anula o voto, não confia em mais ninguém, que política é coisa suja, não importa de onde vem, mas se o cara na tv diz que rouba e vai deixar roubar também, você logo se empolga, é sua chance de poder se dar bem, você diz que sofreu no exílio, que agora "neoliberou geral", que a guerra fira já era, que está acima do bem e do mal, mas o desejo de ser o primeiro atropela o seu coração. Você trai o bando inteiro e, depois, pede perdão.
Covarde... Você não passa de um covarde.
Você diz que ama criança, que criança pe como um bem, não esconde dos amigos quando gosta de alguém, mas se o menino cheira cola e não quer fazer michê, você explora e joga fora, pra não pagar cachê. Você diz que a cidade está cheia, que está na hora de mudar, que o segredo é ir pro mato ou quem sabe morar no mar, mas se o homem que a terra pra plantar e pra colher, você vem com sua guerra, bota tudo pra perder.
Covarde... Você não passa de um covarde.
Pára de olhar pro seu umbigo, você pe daltônico, não viu que o banco cinza do metrô está reservado pra idosos, deficientes físicos, crianças, mulheres grávidas, então, levanta daí ou se não vai andar de jet-ski no nordeste, constrói um lago lá, quero ver, covarde. Quero ver, quero ver, quero ver, quero ver... Quero ver você, covarde!
Voz e Violão: Edvaldo Santana
Baixo: Mintcho Garranmone
Bateria: Eduardo Batistela