(Finkler e Zambelli)
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Primeiro eu pego um acorde com sétima maior
Que é uma coisa bem característica da bossa nova
Então é inevitável o two five e caio, é claro, em tom menor
É que o tom menor é triste e é tão triste eu ter que pedir:
Ó meu amor, eu faço tudo, mas por favor...
Eu mudo até o tom. Eu modulo a voz ainda um tom acima.
Eu faço qualquer coisa, mas nunca mais me peça
"Baby, cante um rock, cante um rock, cante baby um rock",
Que eu não sei cantar.
Mas ela é insistente, ela pede e repede e repete um milhão de vezes:
"Um rock qualquer, o mais simples, o mais curto, meu amor..."
Ela diz meu amor e eu me sinto assim pleno
É tão bom ser o amor de alguém, de alguém...
De alguém ser o amor. Ser o amor de alguém
Mas por que é que ela insiste com essa coisa irritante de
"Baby, cante um rock, cante baby um rock"?
Só me resta então tentar.
Padabararauirereriô. Padabararauirereriô..
"Isso não é rock, meu bem. Isso não é samba também.
Isso não é nada, ou, pensando bem, isso é um insulto.
Ironia não! Ironia não!"
Espere um momento, deixe-me explicar...
Mas ela bate a porta e nunca mais. "Bato a porta e nunca".