(Finkler e Zambelli)
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Bicho do mato, não consigo te guardar.
No palco eu te dobrava, serrava, esticava.
Partia em dois teu corpo, me unia no teu corpo.
Tu sumias nas minhas caixas, vinha a multidão.
Bicho do mato, acho que vou desistir.
Minhas caixas encolheram, eu não consigo espaços.
Tuas pernas já não dobram, teu pescoço não espicha.
Inventei mais de mil caixas, nada te serviu.
Bicho do mato. Agora a tampa que não fecha.
O crac dos teus ossos dói e eu nunca fui mágico.
Quando tu sumiste sem mágica em abril,
Esperei e não vi mais a tua multidão.
Bicho do mato, sentei na minha cartola.
Vendi o bandoneon, os coelhos e os lenços.
Perdoa meu destino modesto, divino.
Minha mágica só falha quando o truque é bom.