(Rafael Altério e Cristina Saraiva)
A noite clara, vinho, fita e seda
A labareda alta, ouro e flor
O violino, palmas, lua cheia
A saia, renda, lenço, incenso, ardor
Roda morena em torno da fogueira
A vida inteira gira em prata e cor
Rosa cigana, vira volta e meia
Mas à espreita, observa o amor
E o rapaz, de olhos fogo e desejo
Tomou cigana rosa pela mão
De dança em dança pôs seu corpo em brasa
queimou pra sempre o seu coração
- alvorada
já é hora de ir embora , outro chão
sou da estrada
conta a lenda, reza a tradição
sem morada
essa vida é despedida, viração
caminhada
rumo ao nada, rumo à imensidão
chora essa terra a sorte da cigana
que deixa o sonho, deixa o seu amor
Desmancha a tenda, segue a caravana
Pro mundo afora sangra a rosa flor
- Ó Santa Sara que venceste os mares
Ó Santa Sara que venceste a dor
Me guia, Sara, não me desampares
Me ensina como que se vence o amor