(Téo Ruiz e Estrela Ruiz Leminski)
Todo samba nasce mirradinho, a carne é fraca, a comida é pouca
todo peixe morre pela boca
Quando o Brasil era o país do futebol
tinha bamba, mulata e malandro
fizesse chuva ou fizesse sol
Mas agora uma tal de cultura gringa vingou
e é um tal de country, reggae, funk, dance e rock’n roll
Hoje em dia ninguém mais se espanta
É no morro que morre o samba
Aquela nega linda, hoje virou tchutchuca
Come big mac em vez de leitão à pururuca
E o malandro quase honesto
hoje virou tigrão,
e em vez de samba de roda prefere passar cerol na mão
A Amélia, a Tereza, a Florisbela vejam só
Tudo se resume a egüinha pocotó
O requebrado da mulata,
ou o trem de Jaçanã
Hoje bonde ou senão, segura o tchan
Hoje em dia ninguém mais se espanta
É no morro que morre o samba
Como o elefante que vai morrer onde nasceu
o pagode multimídia vai na onda do Orfeu
“Meu caro amigo me perdoe por favor,
mas o que eu quero é lhe dizer”
é que esse samba não vingou
Hoje em dia ninguém mais se espanta
É no morro que morre o samba