(Luli e Alexandre Lemos)
A solidão já não me assusta
Eu sei a dor que isso me causa
E sei o que viver me custa
Sou um homem só
A sensação não é estranha
Conheço bem a cor da insônia
Conheço bem a unha que me arranha
E a emoção não me vergonha
Às vezes me enveneno de cachaça
E às vezes me embriago de peçonha
Sou um homem só
E o violão assiste a tudo
Como se fosse, num velho teatro
O microfone de um artista mudo
A reação é sempre quieta
A cada vez que a solidão me espeta
Me resta pouco sangue em cada veia
E o sonho já não me incendeia
Me vêm as lágrimas que eu não contenho
Então canto maior
Sou um homem só