(Bruno Tavares e Alexandre Lemos)
Insistindo por dever
E por achar que ainda não é tarde
Não quer passar por covarde
E o que te resta na vida
É a cova medida
Lá em cima, no alto do morro
Resistindo por não ter
Nenhuma outra alternativa
Sentado no bico da ogiva
O que te resta na vida
É olhar a comida
Na televisão de cachorro
Assistindo sem prazer
Outra novela igual à de antes
De um outro falso Cervantes
O que te resta na vida
É a capa puída
E a máscara velha do zorro
Persistindo por saber
Que Deus ajuda sempre quem trabalha
Se bem que às vezes atrapalha
O que te resta na vida
É beber formicida
Humilde, levando outro esporro
Desistindo de morrer
Pra não ter que trocar de inferno
E nem comprar outro terno
O que te resta na vida
É correr pra saída
Gritando, pedindo socorro