Milagres

(Luli e Alexandre Lemos)

Se o meu canto não servir
Há de haver um outro tom
Que supere esse silêncio
De renúncias e sinais
De cansaço e desalento
Há de haver algum momento
Melodias naturais
Que nos desçam lá do alto
Das montanhas mais azuis
E pareçam improvisos
Em que os anjos com seus guizos
Nos convençam dos milagres
Nos apontem direções
Milagres
Quantos corações

E se nada mais valer
Nosso gozo mesmo assim
Se viver não faz sentido
Eu não vou querer o fim
O contínuo cortejo
Dessas minhas sensações
Justifica o desejo
De outras mil encarnações
Há de haver tantos milagres
Quantas são as solidões
Milagres 
Quantos corações