(Luli e Alexandre Lemos)
Meu apelido sempre foi de São Tomé
Porque pra crer tenho que ver como é que é
Desacredito nos bichinhos de Noé
Mas dessa vez os meus cabelos estão de pé
Rasgou-se o pano novo de coar café
Uma serpente se aninhou no meu boné
O bem-querer que eu sempre quis já não me quer
E se quebrou a minha figa de Guiné
É que o pastor anunciou o fim do mundo
Corre Zefa, corre Zé
Jesus não gosta de ninguém que é vagabundo
Quem duvida ou bote fé
O Satanás saiu do inverno, vá de retro
No relógio falta menos de um segundo
Que é pra gente dar no pé
Ouvi dizer que lá pras bandas do Tibet
A neve derreteu que nem um picolé
E no Xingu já não existe mais pajé
Virou cachaça a água do igarapé
O português não entendeu porque que é
E o francês ficou gritando qu'est-ce que c'est
Ouvi falar de um terremoto em Magé
O Uri Geller não entorta mais colher
Diz que o Le Pen quer se casar com o rei Pelé
O Maradona foi morar em Taubaté
O Mike Tyson botou roupa de mulher
E a Madona fez um samba com o Tom Zé
Mamãe foi lá pro candomblé
Vovó rezou pra São José
E eu que já vi como é que é
Quedê, quedê, quedê, quedê, quedê,
Tô procurando a nova arca de Noé