É preciso

(Luli e Alexandre Lemos)

Tanto, é preciso um olhar, talvez de águia
Que possa ver a cor da dor e apague-a
Tanto, é urgente uma música cheia de fé
Que diga a verdade
Tanto, como é bom liberdade, ah, como é bom a liberdade
Sou livre do espanto, do medo
Sem pranto sou livre demais pra acreditar, no entanto
Sou livre tanto

Tento, é preciso encher a alma de suor
Dos homens, das plantas e do amor
Tento, é urgente aprender a calar o temor
Um silêncio maior e melhor
Tento e como é bom liberdade, como é bom a liberdade
E eu sigo no vento
Sou livre não durmo
Não paro, me encaro, preparo e tento
Me encaro e tento

É preciso ter pés firmes pra cair
De cima do muro, do mundo , de mim
É urgente rever velhos versos, poemas
Idéias, amigos, antigos cinemas
É bom liberdade, e eu grito que minto
Me trago, embriago
Sozinho, meu pinho, meu vinho
Tinto

Tonto , é preciso entender as peles nuas
Andar sem remorsos ou medo nas ruas
Tonto, é urgente dormir, sonhar saudade
Sair por aí inventando a verdade
Tonto, como é bom liberdade, ah, como é bom a liberdade
E eu mesmo me apronto
Nem livre, nem preso, na espera
Nem fera, nem morto, nem vivo
Tonto

Tanto, tento, tinto, tonto