(Luhli e Alexandre Lemos)
A terra se encolhe diante do mar
Num tipo de medo
Que as horas que passam queriam contar
Mas guardam segredo
O tempo é um meio de nunca chegar
Tão perto da gente
Que as horas que passam queriam parar
Mas andam em frente
As ruas não saem do mesmo lugar
Mas vão adiante
E as horas que passam irão se chamar
Passado distante
Areia escorrendo entre os dedos da mão
Ventos e cheiros de cada estação
E as marcas de cada pegada no chão
Se as noites buscam auroras
As horas passarão
E os homens aflitos se fazem passar
Por homens devotos
Os homem felizes se fazem gozar
Em seus terremotos
Os homens tranqüilos preferem ficar
Sentados em lótus
Que as horas que passam irão se encontrar
Em tempos remotos
Se as noites buscam auroras
As horas passarão.